quinta-feira, 29 de outubro de 2009

ensaio sobre a nostalgia







era um dia estranho, porque chovia sobre ela uma penumbra que dificultava a visão das coisas que realmente eram. o passado não parecia ser algo linear, era fatiado por um açougueiro sem pudor, com anos de experiência.
a sensação de ser feia, e de ser gorda e inadequada, anti-social-expansiva, era latente no meio daquela poeira que só ela conseguia enxergar.
qualquer sorriso gentil soaria como perversão diante de tanta carência.

4 comentários:

mano disse...

Tenho pena dela que não reconhece sorriso.

jonas disse...

lembrei do Robert Mapplethorpe nessa série...muy buena chica!

bjo.

Unknown disse...

me questiono sempre quanto a esses sorrisos gentis. por vezes acho que tem que ser assim. e em outras caio no que me ensinaram, que falsidade não é nunca bom. mas é verdade que existe uma certa beleza nessa perversão, uma certa força que se cria e acaba nos nutrindo de qq maneira.

yudo disse...

é louco, mas um sorriso pode ser mesmo uma perversão...
bem bonito esse ensaio!