Ela contava que tinha vindo pra cá fugida, com a roupa do avesso, a pinta do lado errado da cara e com o pé trocado. Nunca entendi o que isso do pé significava, mas não a interrompi pra perguntar.
Para saber o que acontecia se escancarava, se observava e via filmes só pra chorar.
Me disse que andava mundana.
Clara me curava do escuro que tinha dentro de mim, pondo-me rugas ao redor da boca e gargalhando alto.
Já não se faz futuramente como antigamente.
Me disse " Você não é o amor importante que eu quero ter".
Saiu correndo, deixando a porta aberta pro ar entrar e limpar a bagunça.
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