ah tereza, mulher invasiva, toda roxa, se derramando na minha cama, meu quarto, meu dia, tereza.
acalme-se no seu canto querida, menos tereza, tristeza, por favor.
eu aqui me esforçando pra ser toda amarela, tereza, e você me ensopando de roxo, fazendo-me marrom, e isso quando não viro sua sombra, violeta, violenta, maníaca, absurda.
com tereza fico surda, quieta, e ela fica só me esganando de roxo, me vestindo da cor da parede, cochichando, cochilando não!
tereza cochicha por gestos, não fala, mas consegue estar presente em todas as palavras.
ela esta junto à mãe que apanha e chora no banheiro, esta nos gêmeos que brincando de mocinho-bandido se matam sem querer com arma-de-gaveta. tereza esta na urgência do sexo no mundo, na urgência do amor. tereza não teve paixões, mas tereza, me deixe ter, poxa!
sou capaz de me matar, mas não quero morrer, tereza, então me deixe em paz. isso é crime, sabia? e capaz que eu te peça desculpas por estar morrendo, só por te tirar o emprego.
tereza escreveu um dia na janela do vidro de um carro: "amor é uma coincidência de carências", malvada.
menos tereza, tristeza, por favor.
4 comentários:
li, gostei, chorei...
que bom q gostou, uli
Não fale tão mal de Tereza... Que somente através dela alguns saem da prisão.
Essa também é Tereza. Feita dos retalhos, lençóis usados, roupas velhas; cheiro de suor seco, passado, amanhecido, azedo. Tereza é feita das sobras. Teresa é um tudo que passou, lembrança e evidência. Ela é a própria extinção. Já não pertence a esse mundo. Mas Tereza não tem orgulho, você manda embora e ela volta! Tereza precisava mesmo era se casar. Uma Tereza de véu e grinalda. Tereza só precisa ser amada – como qualquer um. Por isso eu lhe peço: não fale tão mal de Tereza.
Muito lindo! Gostei mesmo... mas não nego que Tereza possa ser uma bela companhia, de vez em quando... tudo depende do nosso envolvimento com ela...
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