terça-feira, 24 de novembro de 2009

ensaio sobre a cicatrização da dor




o leão vestiu-se de leão por cima.
olhou no espelho e viu um só leão. amou-se.
confundia o foco do olho entre o leão de cima e o de baixo, jurando ser só um, amando.
tornaram-se ambos os leões, objetos do seu amor próprio, que sem que ele percebesse, havia se dividido em dois.
a roupa-de-si-mesmo tornou-se si-mesmo.
no final havia um só leão. amado.
mais do que nunca, completamente amado.

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